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  • Foto do escritorVictor Maroto

O homem preso eternamente à mãe

É lindo o amor entre mãe e filho, o carinho, o afeto, a proteção, a nutrição, a atenção, a oferta...


Esse relacionamento entre mãe e bebê parece um relacionamento completo, um completa o outro. Eles nunca querem abandonar essa simbiose, essa necessidade de pertencimento do bebê com a mãe e da mãe com ele, eles se sentem tão completos um com o outro, a mãe encontra um sentido na sua vida com a criança, e a criança encontra nessa união perfeita com a mãe um estado de completude.


Muitas mães nunca se sentiram tão útil, nunca se sentiram tão importantes para alguém quanto para aquela pequena criança. Talvez nunca tinham encontrado um sentido para suas próprias existências até então.


E a criança do mesmo modo se sente tão completa que ela acredita não precisar de mais nada, ela só quer que essa situação se perdure para sempre.


Então a criança vai crescendo, continua com essa relação intima entre a mãe. Passa a se identificar tanto com ela que pode até copiar a sua personalidade, suas preferências, todo o seu jeito, qualidades e defeitos, desejos e sonhos.


Geralmente o pai, mais ausente se torna um estranho para a criança, existe só a criança e a mãe.


Como a vida é um ciclo, evolução, crescimento e fazes. Existe um limite onde para a criança crescer ela precisa deixar o mundo da mãe, deixar o mundo infantil onde todas as suas nescidades são supridas para encontrar a sua própria personalidade, para encontrar a sua própria força, e para realizar seus próprios desejos.


Esse limite é muto difícil de atravessar, porque a criança precisa abrir mão do mundo conhecido, do conforto, da segurança, do carinho e da mãe, para adentrar em um novo território ainda desconhecido, a criança ainda não conhece suas capacidades e ainda não tem consciência do seu potencial.


Então realmente fica muito difícil fazer essa dura escolha. Principalmente com crianças fortemente identificadas com a mãe.


Inúmeros adultos não conseguem atravessar esse limite em suas vidas.


Ainda vivem em tentando suprir as expectativas das mães, mesmo que inconscientemente. Porque no fundo eles ainda receiam em perder aquela simbiose, aquela união total, aquele estado de plenitude que acreditam eles só existir com a mãe. Alguns relutam em sair de casa, escolhem a faculdade que a mãe quer, escolhem o conjunge que a mãe mais gosta ou que de certa forma eles à identificam com a própria mãe.


Esses não têm personalidade própria. Insistem em manter esse relacionamento simbiótico voltado para a mãe por toda a vida, e assumem a responsabilidade de realizar a felicidade para ela através de seus comportamentos e escolhas.


Isso é uma fonte infinita de frustração, porque isso não existe. A natureza não é assim, ninguém é responsável pela felicidade do outro.


Nem uma semente fica na árvore mais que o necessário, os pássaros não ficam no ninho mais que o necessário. Não estou nos comparando com animais nem plantas, estou comparando o ciclo da natureza, o qual também fazemos parte.


Claro que temos honrar nossos antepassados, honrar nossas mães, ser grato por todo o carinho e dedicação, mas chega uma hora que temos que seguir nosso caminho.


Seguir seu próprio caminho não significa abandonar completamente a mãe, mas sim abandonar essa relação de união onde cada um acredita que precisa do outro para se sentir completo, para se ser feliz e realizado.


O indivíduo que ainda vive nessa simbiose com a mãe não está preparado para avançar novas fazes na vida. Pode se sentir realizado em alguns aspectos, porém não se sente completo, esse perdeu um algo enorme valor. O contato com ele mesmo, só existe ele a mãe e ele.


E a melhor forma de sermos gratos a elas por tudo que nos fez, por toda a dedicação e atenção, é fazer de nossas vidas uma obra de arte, é sermos felizes, é sermos fortes e conquistarmos a completude com nós mesmos.








O Autoconhecimento é a chave






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